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domingo, 13 de junho de 2010

Os "Bulldogs" andam soltos...

Durante minhas "navegações" pela internet, encontrei em algum site (perdoem-me, mas não lembro) que comentava sobre a história de um biólogo britânico chamado Thomas Henry Huxley, que defendia as ideias de Darwin, mas que, diferente do mesmo, que mostrou sua teoria e voltou para sua cidadezinha rural, Huxley morava no coração das discussões, em Londres, e gostava de "rosnar" sobre as teorias de Darwin com cientistas e bispos, recebendo a alcunha de "Bulldog de Darwin"¹.
Mas quando buscava mais informações sobre ele, encontrei uma história mais recente sobre um outro "Bulldog de Darwin", só que essa história foi tão atemporal e relativamente próxima da realidade que convivo, que me causou uma transcendência de valores (valores esses que cada vez percebo que estou adquirindo da maneira errada, mas tenho anos para modificá-los). A história era de uma discussão entre um bispo e um cientista biólogo em um congresso sobre o evolucionismo e o criacionismo, sendo o bispo bastante enérgico nas suas falas e inclusive afirmando que toda a "verdade" estava em um único livro: a Bíblia. Então o cientista fez uma proposta para o bispo, no qual ele leria mais um vez a Bíblia, mas que o bispo também lesse um livro, entregando-o o livro "A origem das espécies" de Darwin, para que compreendesse as ideias que ele defendia. Depois de muito tempo o cientista reencontra o bispo, ou melhor, ex-bispo, pois largara tudo para defender as ideias de Darwin, continuando com a mesma energia em seus discursos, mas agora ao lado dos evolucionistas. Bem, toda a história parece acabar aqui, mas não acaba, e pior, apenas apresenta uma realidade muito mais assustadora: ele se tornara o "Bulldog de Darwin". E se tornara lendo apenas um livro, diferente de quem lhe entregou o livro, estudando, pesquisando e lendo há décadas para apresentar suas ideias, e não para atacar ninguém. Há quem diga que esse cientista teve dois desgostos na vida: o primeiro foi perceber que estava diante de uma pessoa facilmente influenciável, perigosa para a sociedade; e a outra por ter sido professor de outro famoso biólogo evolucionista, chamado Richard Dawkins, que recebe a alcunha de  "Rottweiler de Darwin", mas não por ser manipulável, mas por ser um tanto enérgico com suas teorias que envolvem ciência e religião, mas que por fim cai no trágico final da genialidade sendo exposta para ser criticada por uma massa unânime² (que é burra, segundo Nelson Rodrigues), e quando faz isso, não acrescenta "luz" nas "trevas" do não-saber-sobre-algo.

Pois é, e tenho presenciado diversos "Bulldogs", pessoas que defendem ideias só para sentirem a sensação de estarem lutando por algo... Fingem sentir saudade da Ditadura Brasileira, dos Grêmios Estudantis, de expor suas ideias e brigarem pelas mesmas. São pessoas que deixaram de terem sentido para viverem, e estão procurando. São pessoas, muitas vezes, que nem tem sentido para encaminharem suas vidas, e é através da UNANIMIDADE que vão buscar, a curto prazo, valores e ideais, que as vezes nem os afetam, que muitas vezes nem são incorporados por eles...
E no fim são os que mais gritam e discursam, mas só para assustarem, seus argumentos são clichês, possuem "discursos de bolso", baseados só no que acreditam, não se permitem aprender, entender, abrirem-se para uma reavaliação do que buscam... 

Enquanto acharmos que criticar é "meter o pau", discutir é "sair na porrada" e reavaliar é "pagar pau", estaremos no caminho certo, se esse for o da mediocridade... E isso só será verdade enquanto se achar confortável...



1 - O termo "Bulldog de Darwin" surge pela forma como era defendida as ideias do cientista, sendo muitas vezes como de um cão de guarda, que ataca sem ao menos tentar interpretar o que se foi proferido. Para saber mais, vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Henry_Huxley (O Buldogue de Darwin).

2 - Unânime do sentido lato da palavra, que são duas pessoas ou mais que vivem com um (unus) só ânimo (animus).


Fontes:

Disponível em:<http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=288SPE001>. Acesso em: 22 de fev. 2007.

Disponível em:<http://www.age-of-the-sage.org/philosophy/huxley_darwins_bulldog.html>. Acesso em: 15 de abril de 2010.