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sábado, 10 de julho de 2010

Piadas internas - parte 1



Reza uma lenda que existem críticas dentro dos cursos de Educação Física do estado do Espírito Santo sobre até onde ela vai no âmbito escolar e até onde vai como área da saúde... Isso parece dar dor de cabeça, né? E se existisse algum curso que desse a licenciatura e bacharelado juntos? Se existisse, seria duas vezes pior, né?


Pois bem, daqui para baixo não faço esforço nenhum para que todos entendam, como o título diz é uma piada interna que só entenderá quem for da área... Ou não.


 Intento pela Educação Física





Se a intenção é ruim
Esvazia o lugar!
Eu tô em cima, eu tô a fim
1, 2, pra me aperfeiçoar!
Isso já foi bem pior do que você tá vendo
Antes já foi “correndo” ou “correndo”
A primeira foi ruim, a segunda pior
Nos tornamos “filosofador” para deixar de ser “bocó”
Se a palavra vale um tiro
Eles têm muita munição!
Me aquietam a intenção, mas minha atitude vai além!
Tenho disposição que muitos não tem
Talvez seja irônico
Ou mesmo sarcástico
Ser chamado por uns de “teórico”
E, ao mesmo tempo, por outros de “prático”
Mas pra uns ainda é pouco
Fica quase louco
Com a premissa de uma Educação Física
Que vá levar
A saúde para o âmbito escolar
Ou que vá apresentar seus leques de campos e possibilidades
Mas preferem alimentar a “fogueira das vaidades”
Uma vez “colou” dois “mano”
Um acenou pra mim
De pólo do Ralph, de sapato, calça jeans.
- Hey Brown, sai fora, nem vai, nem "cola"!
Não vale a pena "dar idéia" nesse tipo aí.
Ontem à noite eu vi, na beira do “laboratório”
Engolindo a “teoria”, jogando a “prática” pro alto!
Ó os caras, dá dó, só no “ouço”
Jogando o curso no fundo do poço, ainda mais com discurso de bolso.
- Veja bem, ninguém é mais que ninguém
Veja bem, veja bem e eles são nossos “irmão” também.
- Mas de teoria sem prática, ou prática sem tática
Os manos sobem rapidinho, tem lugar de destaque!
Mas quem sou eu pra falar de quem faça e assuma? Nem dá!
Nunca te ajudei em porra nenhuma!
Você reproduz o que vem
E torce o nariz 
Pra quem não aceita isso que tem
Entre nessa “guerra” infeliz.
Você vai terminar tipo o outro “mano” lá
Que sempre queria melhorar
Ninguém "entrava numa", mó estilo!
De roupa de ginástica da Puma
Um jeito humilde de ser, na “prática” ou para “escrever”
Curtia um Bompa, jogava uma bola
Buscava uma melhor prática no portão da escola. 
Um exemplo pra nós, “mó” moral, "mó" IBOPE!
Mas começo "colar" com os “peixinhos” e os “filósofos esnobes”
- Aí já era...
- Ih! Mano, outra vida, outra pique!
E só “grupo de elite”
Pesquisa, vários itens para por no Lattes
Toda aquela porra
Bolsa do CAPES sem limite, aceita e morra.
Já faz cerca de 1 ano
Tem uns 15 dias atrás eu vi o mano...
“Ce” tem que ver, batendo um papo com os "tiozinho da práxis”
Mente toda "zoada", bolso sem nem um conto!
O cara pensa mal, fica na Universidade o dia inteiro
Muito louco para “falacear”, logo cedo.
Agora não oferece mais perigo: viciado, “bulldog” fudido, inofensivo!
Um dia um professor veio me "embaçar",
E disse pra eu me por no meu lugar.
Eu vejo “mano” nessas condições, não dá...
Será assim que eu deveria estar?
Irmão, os “práticos” fodem tudo ao seu redor!
Pela aula, congresso, revista e pelo trololó.
Te prometem dinheiro, conversam com calma.
Contaminam seu caráter, roubam sua alma.
Depois te jogam na prática sozinho
Já vi acontecer com muito “neguinho”
Alguns autores aliviam minha dor, iluminam a minha prática
Louvado seja o meu Senhor.
Que não deixa a minha formação aqui desandar,
Ah, e nem meter o dedo na cara de nenhum pilantra
Mas que nenhum filha da puta ignore o que é lei:
PCN, E.F, 1998.
E eu não mudo, mas eu não me iludo
Os mano "cu de burro" tem, eu sei de tudo!
Em troca de dinheiro e um cargo bom
Tem mano que aceita até o que não é bom
Para a nossa própria imagem
Pra todo mundo rir
haha!
Pra ver outras áreas “aplaudir”!
É, em todas as áreas tem fulano até pior
Cada um, cada um, você se sente só!
Tem mano que quer resultado e fala sério
Explode seu trabalho pra trocar o que é velho
Muda aqui! Muda alí! Muda lá! e acabou!
Sem dó e sem dor, foda-se o que já se aceitou.
Limpa o suor com a camisa e manda se fuder!
Você sabe porque, pra onde vai, pra quem vai
De sala em sala, secretaria em secretaria
Pegar 50 conto do CAPES, trocar por “teoria”
Enfim, o sonho acabou pra você!
Não dá pra fingir aqui
Aqui que se “bota pra fuder”
Para os professores das UMEI’s, CMEI’s e tantas
Eu sei, as escolas não são como a Disneylândia!
Das particulares ao extremo das públicas marginalizadas
Ser um professor “tipo A" custa caro!
É foda!
Foda é assistir essas balelas e ver
Não dá pra ser aquilo pra você,
Playboy, folgado, sem pulso, uns trouxa...

(Uma formação – ou uma vida –, para continuar escrevendo)




Peço desculpas pela postagem egoísta, prometo a próxima será para todos...

domingo, 13 de junho de 2010

Os "Bulldogs" andam soltos...

Durante minhas "navegações" pela internet, encontrei em algum site (perdoem-me, mas não lembro) que comentava sobre a história de um biólogo britânico chamado Thomas Henry Huxley, que defendia as ideias de Darwin, mas que, diferente do mesmo, que mostrou sua teoria e voltou para sua cidadezinha rural, Huxley morava no coração das discussões, em Londres, e gostava de "rosnar" sobre as teorias de Darwin com cientistas e bispos, recebendo a alcunha de "Bulldog de Darwin"¹.
Mas quando buscava mais informações sobre ele, encontrei uma história mais recente sobre um outro "Bulldog de Darwin", só que essa história foi tão atemporal e relativamente próxima da realidade que convivo, que me causou uma transcendência de valores (valores esses que cada vez percebo que estou adquirindo da maneira errada, mas tenho anos para modificá-los). A história era de uma discussão entre um bispo e um cientista biólogo em um congresso sobre o evolucionismo e o criacionismo, sendo o bispo bastante enérgico nas suas falas e inclusive afirmando que toda a "verdade" estava em um único livro: a Bíblia. Então o cientista fez uma proposta para o bispo, no qual ele leria mais um vez a Bíblia, mas que o bispo também lesse um livro, entregando-o o livro "A origem das espécies" de Darwin, para que compreendesse as ideias que ele defendia. Depois de muito tempo o cientista reencontra o bispo, ou melhor, ex-bispo, pois largara tudo para defender as ideias de Darwin, continuando com a mesma energia em seus discursos, mas agora ao lado dos evolucionistas. Bem, toda a história parece acabar aqui, mas não acaba, e pior, apenas apresenta uma realidade muito mais assustadora: ele se tornara o "Bulldog de Darwin". E se tornara lendo apenas um livro, diferente de quem lhe entregou o livro, estudando, pesquisando e lendo há décadas para apresentar suas ideias, e não para atacar ninguém. Há quem diga que esse cientista teve dois desgostos na vida: o primeiro foi perceber que estava diante de uma pessoa facilmente influenciável, perigosa para a sociedade; e a outra por ter sido professor de outro famoso biólogo evolucionista, chamado Richard Dawkins, que recebe a alcunha de  "Rottweiler de Darwin", mas não por ser manipulável, mas por ser um tanto enérgico com suas teorias que envolvem ciência e religião, mas que por fim cai no trágico final da genialidade sendo exposta para ser criticada por uma massa unânime² (que é burra, segundo Nelson Rodrigues), e quando faz isso, não acrescenta "luz" nas "trevas" do não-saber-sobre-algo.

Pois é, e tenho presenciado diversos "Bulldogs", pessoas que defendem ideias só para sentirem a sensação de estarem lutando por algo... Fingem sentir saudade da Ditadura Brasileira, dos Grêmios Estudantis, de expor suas ideias e brigarem pelas mesmas. São pessoas que deixaram de terem sentido para viverem, e estão procurando. São pessoas, muitas vezes, que nem tem sentido para encaminharem suas vidas, e é através da UNANIMIDADE que vão buscar, a curto prazo, valores e ideais, que as vezes nem os afetam, que muitas vezes nem são incorporados por eles...
E no fim são os que mais gritam e discursam, mas só para assustarem, seus argumentos são clichês, possuem "discursos de bolso", baseados só no que acreditam, não se permitem aprender, entender, abrirem-se para uma reavaliação do que buscam... 

Enquanto acharmos que criticar é "meter o pau", discutir é "sair na porrada" e reavaliar é "pagar pau", estaremos no caminho certo, se esse for o da mediocridade... E isso só será verdade enquanto se achar confortável...



1 - O termo "Bulldog de Darwin" surge pela forma como era defendida as ideias do cientista, sendo muitas vezes como de um cão de guarda, que ataca sem ao menos tentar interpretar o que se foi proferido. Para saber mais, vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Henry_Huxley (O Buldogue de Darwin).

2 - Unânime do sentido lato da palavra, que são duas pessoas ou mais que vivem com um (unus) só ânimo (animus).


Fontes:

Disponível em:<http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=288SPE001>. Acesso em: 22 de fev. 2007.

Disponível em:<http://www.age-of-the-sage.org/philosophy/huxley_darwins_bulldog.html>. Acesso em: 15 de abril de 2010.

sábado, 29 de maio de 2010

Ou você pratica o seu discurso, ou discute a sua prática.


Tenho experimentado algumas situações bem diversas (e até adversas) em múltiplas vias do Mundo, principalmente nestes últimos seis meses. Minha vida "fora dos muros da Academia" não é tão importante (provavelmente nunca falarei sobre ela aqui), irei comentar apenas sobre as experiências que me levaram ao título deste post...
Durante um certo tempo presenciei comentários, atitudes e discussões um tanto acaloradas sobre a questão "Devemos ser professores e amigos ou amigos-professores?" tanto por parte dos professores do meu curso, quanto pelos próprios alunos... De início já me adianto que essa discussão foi, para mim, algo interessante, levando em conta outras, como "O que é mais importante: a teoria ou a prática?" e que, diga-se de passagem, eram tão consistentes e enriquecedoras quanto "Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?". Não vou me aprofundar nessa questão, é discussão de espuma das carteiras das Instituições Superiores e não ferem (e nem ajudam) ninguém, em sua maioria, vou resumir em poucas palavras: manter um contato com o aluno para que seu saber seja, no mínimo, incorporado por ele e levado para o meio em que convive é de grande interesse por qualquer professor, mas manter excessivo contato pode nos fazer cair nas garras de um monstro assustador para profissionais da saúde e para professores (sim, sofro risco em dobro na Educação Física), que recebe o nome de Síndrome de Burnout¹. É muito fácil discutir, apaixonadamente, sobre como devemos agir sobre o que se acha correto, mas o que de fato eles esperam com esse discursos, que quando analisados, são clichês? E quando tentamos colocá-los em prática, recebemos nada mais que o contrário deles, como retorno? 

"[...] manter um contato com o aluno para que seu saber seja, no mínimo, incorporado por ele e levado para o meio em que convive [...]"


Nem parece tão difícil de se entender que de nada adianta exigir algo que não possa ser incorporado, pelo menos, por quem exige... E foi num desses diálogos que presenciei uma fala bastante feliz (e racional) de uma amiga, quando falei tudo que achava disso, desde no campo acadêmico e profissional, até ao pessoal e social. E assim surgiu essa frase: "Ou você pratica o seu discurso, ou discute a sua prática", em um momento que me trouxe possibilidade de pensar e construir uma visão, se não crítica, ao menos transcendente disso que já virou esse tão-comum, que reside em falas como o de ter atitudes que reflitam o que se espera em troca do outro, ajudar os outros sem pensar em receber algo em troca, entre outros. Ou transferimos essas ideias para o campo da concretização, ou pensamos se é isso que realmente queremos defender, algo que não fazemos realmente, algo que se tornou um círculo vicioso.

Assim como eu, a sociedade precisa de alguns pontapés para iniciar um processo de ressignificação das promessas, já não há lugar para os tão-comuns (não nesse blog), como: proteger a natureza; salvar os animais; deixar um mundo melhor para nossos filhos; acabar com a fome; diminuir a violência; tornar o mundo mais igualitário; acabar com as guerras e conflitos pelo mundo; buscar uma pessoa inteligente, pois beleza é algo que não importa; e milhões de outros.

Quando eu e minha amiga Maria Clara criamos esse blog, eu, em especial, tinha um discurso, e ele ficou adormecido diante de tantas atividades (e possivelmente não será a última vez). Hoje venho fazer minha transformação "micro", para futuramente ele se tornar "macro"... Hoje eu vim "praticar meu discurso" neste post, dizer que não há mais tempo para manter o que chamo de "complexo do pedestal", no qual apenas critica e resmunga, como se um dia aquilo não fosse lhe afetar...
Eu também estou "discutindo minha prática", e por isso a demora para apresentar o post sobre os jogos Olímpicos, não que tenha deixado de lado, mas sim que tive um contato crucial para reinterpretar essa expressão econômica, política, esportiva e até mesmo cultural, encontrado em um evento esportivo de âmbito mundial (assim como a Copa do Mundo de futebol). E para isso eu discuti meu discurso, pratiquei a minha prática, e notei que era infundado em alguns pontos, e até correto e bastante fundado em outros.

E aqui me despeço, peço sinceras desculpas primeiramente a Maria Clara, que no mínimo deve ter se arrependido de ter me dado bola em criar um blog comigo, um indivíduo tão intermitente... E a todos que possivelmente estejam lendo esse, não vejam como irresponsabilidade e nem preguiça, mas sim como uma tentativa de não escrever muitas besteiras, ou ser leviano com o que realmente sinto, apenas para ter algo a escrever. E agradeço a amiga que teve as palavras pelo qual me trouxeram aqui, escrevendo neste blog novamente... Obrigado Aline Santos, sem você com certeza meus dias seriam melhores! 


1 - Síndrome de Burnout é um distúrbio psiquíco de caráter depressivo causado pelo esgotamento causado pelo excesso de exigência causado pelo próprio indivíduo a si mesmo, muito comum em profissionais da saúde e professores, tendo como estágios os seguintes: necessidade de se afirmar; dedicação intensificada (com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho); descaso com as necessidades pessoais (comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido); recalque de conflitos (o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas); reinterpretação dos valores (isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho); negação de problemas (nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes); recolhimento; mudanças evidentes de comportamento; despersonalização; vazio interior; depressão (marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido); esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência. A nível de aprofundamento, vide "http://www.prt18.mpt.gov.br/eventos/saude_mental_palestras/pereira/sld001.htm".


Fontes:

Disponível em [http://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Burnout]. Acesso em: 30 de maio de 2010.

SANTOS, Aline Luiza Pimenta dos. Diálogo ocorridos do dia 30 de maio de 2010. [mimeo]